Muitas vezes, coçamos os olhos de forma tão automática que nem paramos para entender a causa do problema, não é mesmo? O motivo da coceira no olho pode ser simples, como a presença de um corpo estranho — cisco ou poeira — ou a exposição a fatores que causam irritação e alergia, como fumaça, pólen e pelos de animais. A situação ainda pode se agravar ao levarmos as mãos sujas aos olhos ou exagerarmos na pressão exercida na fricção.
Os olhos são órgãos muito sensíveis, que se manifestam com vermelhidão, coceira e inchaço na presença de um fator irritante. Entretanto, após nos livrarmos da origem da reação, eles rapidamente voltam ao normal. O problema é quando a causa é mais séria e leva a uma coceira mais persistente, com a presença também de outros sintomas. Nesses casos, geralmente, torna-se necessário buscar a ajuda de um oftalmologista.
Se você se incomoda com alguma coceira nos olhos e se pergunta o que ela pode ser, não deixe de ler até o fim, pois vamos explicar o que pode causar esse desconforto e como solucioná-lo sem riscos.
Por que a coceira no olho exige tanta atenção?
Como explicamos na introdução, os olhos são órgãos muito sensíveis, por isso, é muito comum sentir coceira. Embora essa situação aconteça de maneira recorrente, ela não pode ser tratada como algo normal, em especial se houver persistência.
O ato de coçar pode causar prejuízos para o globo ocular. Se houver alguma partícula, por exemplo, a fricção produz atrito nos tecidos e favorece processos inflamatórios. Quando exercemos muita pressão e coçamos o olho com frequência, a longo prazo, existe o risco de descolamento da retina.
Além de tudo isso, não podemos esquecer que a coceira no olho pode ser decorrente de algo simples ou de uma doença oftalmológica. Portanto, quando ela persiste ou vem acompanhada de outros sintomas, é fundamental consultar um especialista para fazer o tratamento correto.
Existem casos nos quais o uso de lágrimas artificiais, compressas mornas e, também, o próprio descanso dos olhos ajuda amenizar a coceira. Contudo, quando se trata de uma inflamação ou infecção por micro-organismos, essas medidas não são suficientes e podem favorecer o agravamento do problema.
Se você sentir coceira no olho e for necessário coçar, prefira usar as costas das mãos, já que os dedos e as palmas geralmente acumulam mais impurezas. Lave os olhos para remover partículas ou cílios que causam o desconforto. Compressas frias com água também podem ajudar a acalmar a irritação. Ainda, procure descansar os olhos evitando o uso de telas, pois é importante minimizar o estresse. Se ainda assim houver desconforto, procure um oftalmologista.
O que pode causar coceira no olho?
As causas de coceira no olho podem ser divididas em três fatores. O desconforto pode estar relacionado ao clima ou ao ambiente, a fatores patológicos ou a reações orgânicas a agentes irritantes. Veja, a seguir, os principais motivos de coceira nos olhos.
1. Alergia por fatores externo
A poluição do ambiente — principalmente nas grandes cidades, que acumulam a fumaça dos veículos, das fábricas e dos cigarros —, o pelo de animais, o pó e o mofo de locais fechados ou sujos, e até o pólen das plantas podem causar alergias.
Muitas vezes, as pessoas nem notam que a coceira surgiu por conta desses fatores. O nosso corpo responde a eles gerando uma inflamação nos olhos, responsável por vermelhidão, coceira e até inchaço. Com a persistência do problema, o quadro pode evoluir para uma conjuntivite alérgica.
As formas de evitar isso variam conforme o caso: se o problema é poeira ou mofo, é importante realizar a limpeza e a higienização periódica do ambiente. Também, se você precisa transitar com frequência em vias com acúmulo de fumaça de veículos, ou se a estação do ano favorece a dispersão de pólen no ar, vale manter um frasco de colírio lubrificante receitado por um médico sempre à disposição para uso.
2. Esforço ocular e estresse visual
Em tempos que usamos a tecnologia para realizar todas as tarefas do dia a dia, é difícil não ficarmos expostos às telas de smartphones e computadores por muitas horas. Essa exposição excessiva causa estresse na visão, devido às luzes artificiais azuis e brancas desses dispositivos. Além disso, a concentração exigida pelas tarefas ou o fato de estarmos entretidos causam uma diminuição involuntária na quantidade de vezes que piscamos.
Isso deixa nossos olhos mais secos e, consequentemente, mais irritados. Para evitar esse problema, recomenda-se fazer uma pausa de alguns minutos a cada 1 hora de exposição à tela. Olhar por alguns segundos para objetos que estão a alguns metros de distância também é uma forma de descansar os olhos.
3. Uso de lentes de contato
As lentes de contato são grandes facilitadoras para aquelas pessoas que não se acostumaram aos óculos de grau, porém, elas merecem atenção especial durante seu uso. É importante obedecer ao limite de horas nas quais elas podem ser usadas — de acordo com a recomendação do fabricante ou do médico que as receitou —, fazer a limpeza diária e correta, fazer a troca de tempos em tempos e sempre retirá-las antes de dormir.
O descuido em relação às lentes pode dar margem para o acúmulo de impurezas, que causam coceira no olho, e até mesmo para a contaminação por bactérias. Já pensou no estrago que isso tudo pode causar à sua vista?
4. Conjuntivite viral ou bacteriana
A conjuntivite é uma das doenças oculares mais conhecidas. Ela ocorre quando há uma inflamação na membrana que reveste o globo ocular, causada pelo contato com vírus ou bactérias presentes nas secreções de outras pessoas infectadas. Muitas vezes, a inflamação pode acontecer em somente um dos olhos e depois passar para o outro.
Os sintomas são:
vermelhidão;
inchaço nas pálpebras;
coceira no olho;
sensação de areia ao piscar;
excesso de secreção — a ponto de ser difícil abrir os olhos ao acordar;
visão embaçada;
sensibilidade à luz (fotofobia).
Por ser uma doença altamente contagiosa, a pessoa que a contraiu deve lavar as mãos com frequência, evitar ao máximo tocar nos olhos, higienizar seus objetos de uso pessoal e evitar aglomerações.
O tratamento envolve lavagem com água filtrada ou soro fisiológico e aplicação de compressas geladas. É importante não usar colírios sem a devida prescrição médica, uma vez que alguns deles são contraindicados e podem agravar o quadro. Em geral, a conjuntivite viral regride sozinha após uma ou duas semanas, mas ao persistirem os sintomas, o oftalmologista deve ser consultado.
5. Síndrome do olho seco
A síndrome do olho seco se caracteriza por uma diminuição anormal da produção da lubrificação natural dos olhos, pelas glândulas lacrimais. Com isso, como o próprio nome já diz, nossos olhos ficam secos e irritados, causando coceira e vermelhidão.
Em geral, as suas causas são o envelhecimento natural do corpo, a exposição a ambientes muito secos — seja pelo clima ou pelo ar condicionado — e os efeitos colaterais de remédios, como antialérgicos, antibióticos e anticoncepcionais.
A síndrome também pode ocorrer nos meses posteriores a uma cirurgia a laser nos olhos. O tratamento se dá com o uso de colírios chamados “lágrimas artificiais” e com a aplicação de compressas de água morna.
6. Inflamação nas pálpebras — terçol e blefarite
Entre os principais tipos de inflamação nas pálpebras estão o terçol e a blefarite. O terçol é uma pequena protuberância na pálpebra, em decorrência de um processo inflamatório, que causa acúmulo de secreção nas glândulas sebáceas, responsáveis pela produção de gordura no local. Não há uma causa certa, mas entre os fatores que facilitam a ocorrência do problema estão as variações hormonais, o estresse, uma baixa imunológica e a infecção por bactérias.
O terçol pode ser considerado um caso pontual, mas se ocorre com frequência, pode fazer parte de um quadro de blefarite. Consiste em uma doença crônica caracterizada pelo excesso de oleosidade nas pálpebras, que gera inchaço, coceira no olho, escamação dos cílios e, até mesmo, o aparecimento de pus.
O tratamento do terçol e da blefarite se dá por meio do alívio dos sintomas, com a higienização das pálpebras e a aplicação de compressas quentes. Dependendo do caso, pode ser necessária a administração de um colírio com antibiótico, receitado por um médico.
7. Baixa umidade
A umidade relativa do ar precisa estar em níveis adequados para garantir a saúde do ser humano. Nossos olhos podem ser os primeiros a sentir os efeitos da baixa umidade, que causa o ressecamento deles e pode provocar o desconforto da coceira. Essa queda da umidade é decorrente do próprio clima, em função da pouca quantidade de chuva, ou pode ser por causa do uso frequente de aquecedores ou do ar-condicionado.
Em situações como essas, é muito importante manter a hidratação do organismo bebendo bastante líquido, de preferência água. Assim, mantemos a umidade natural dos olhos e evitamos a coceira. O uso de Lágrimas artificiais também ajuda bastante.
8. Uso de medicamentos
A maioria dos medicamentos pode provocar algum tipo de efeito colateral. Uma das reações possíveis de determinadas fórmulas é a coceira no olho. Então, se esse sintoma pode começar a se manifestar depois de iniciar o tratamento com algum tipo de remédio, o ideal é conversar com o especialista que receitou a medicação.
Relate o desconforto, para que ele avalie a possibilidade de trocar a fórmula ou para recomendar ações que podem ajudar a minimizar o problema. Não é indicado deixar de tomar a medicação por conta própria.
9. Herpes ocular
A herpes ocular tem sintomas muito parecidos com aqueles provocados pela conjuntivite, mas essa doença é provocada pelo vírus da herpes simples ou então pela varicela. Ela desencadeia um processo inflamatório, que pode deixar até mesmo cicatrizes na córnea.
Apesar de parecida com a conjuntivite, a herpes ocular é considerada mais grave e tem tendência para piorar rápido. Assim, é fundamental procurar um oftalmologista se a coceira persistir, para iniciar o tratamento o mais rápido possível, já que pode desencadear outros processos inflamatórios, como a uveíte e a própria conjuntivite.
Como vimos, uma simples coceira no olho pode ser a causa ou a consequência de moléstias muito mais complicadas. Seja qual for o seu estilo de vida, evite levar as mãos sujas aos olhos — principalmente as unhas —, passar muito tempo em frente ao computador sem dar as devidas pausas e entrar em contato com produtos que causam alergia.
Se a coceira no olho persistir ou você notar um agravamento do quadro, procure um oftalmologista imediatamente, pois só ele poderá diagnosticar as causas exatas e indicar o melhor tratamento. Não use medicações caseiras e nem remédios que já tenha em casa. Lembre-se de que cada caso é diferente do outro
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